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Foto:  https://www.pagina12.com.ar/

 

ANDI NACHON
( ARGENTINA)

 

Nascida em Buenos Aires em 1970, Andi Nachon é roteirista e professora de Literatura, e membro da Oficina de Poesia I Cátedra Genovese do Bacharelado em Escrita da UNA. Seu primeiro livro, Siam , foi publicado em 1990, e WARZSAWA o segundo, em 1996. Caleta Olivia acaba de resgatá-lo, com as palavras de Mariano Blatt na contracapa: “Li este livro há quinze anos e naquela primeira leitura - que também foi a primeira vez que li um livro de poesia na vida - incorporei todos os elementos necessários para a experiência poética", afirma.

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de Anibal Cristobo /  Carlito Azevedo

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 7 – AGOSTO DEZEMBRO 1999.  Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.
Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro    Editora, 1999.  108 p. 
ISSN 1415-9767.                              Ex. bibl. de Antonio Miranda



SONICS

Uma quadra de basquete na noite: quiseste ser
esse homem negro e seu salto
encestando preciso outro ponto. O Vôo
de três passos sobre o ar, sobre o mundo, ali onde
[todo gesto seja necessário. É só fazê-lo
e quem faz é:
o estádio, as luzes, essa distância que separa o aro.
Quantas vezes terias falhado? Desejaste
e suponho
tuas mãos terão tremido. Quiseste outro corpo
a história do jovem negro, uma casa nos subúrbios e
[jogos
que invadiram a madrugada. Queima a dor
músculos inominados. Velocidade e poder, poderias
[dizê-lo: que a força esteja a teu lado
no salto
no poder de encestar um último ponto.



SURF

Um aquário explode e tudo vira água. Não marés, água
jorrando sobre o chão, corpos se sacodem se ser peixes
sem ser nada. Desejaste caos e desejaste
os limites arrasados. Este aquário perde contenção e o
que foi algo agora é resto, reminiscência:
o jogo
das caixas chinesas acaba e o mundo dentro de outro e
de si, se apaga. Caos: ausência
de um mundo que te sustente. Não há processo, não
haverá
rebeldia que enfrente nada. Plantas antes eretas
perdem boscosidade, corpos
são despojados
de qualquer potestade, um mundo dentro de outro e
assim. Amaste
a ausência de fronteiras,
sem contar que só se vê nada. Apenas um metrônomo
sustenta este sistema, a mínima
alteração e tremem: cascalho, criaturas aterrorizadas.
Que sistema. Ínfimas
irrupções do movimento inesperado. Este peixe
marca seu território e nele tudo o possível: sonhas um
mundo dentro de outro e assim
se levanta cascalho, marés, uma sombra almiscarada. O
jogo de caixas chinesas uma na outra
e sim, a história:
um limite que te contenha.  Mesmo assim se oferece o
último sorriso
ao desconhecido que nos admirou, cuida-se da
temperatura ou do controle
preciso dos filtros. Algum mundo nos compreende,
uma na outra e assim, o sonho,
uma história. Buscaste a irrupção
da desordem do sistema para queimar teus olhos vendo
nada? Não há tempestade.
Um mundo atrás de outro: destruir teu aquário e
destruir
a tua presença na água.



INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 10 – maio 2001.  Editores: Carlito Azevedo, Augusto Massi.   Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora, 2001.  124 p.   ISSN 1415-9767
Exemplar bibl, de Antonio Miranda

 

SOVIÉTICAS

Na lavanderia ela te pede fogo uma
da Europa do leste e a outra
do fim do sul. Duas mulheres
quase
da mesma geração mas com oceanos
e guerras no meio. Ela
bebeu seu chocolate enquanto você
preguiçosa
passava as folhas do livro. Sentadas
sob iguais tubos fluorescentes e no compasso de
tornado de lavadoras dividimos
o mesmo bolinho de mel, um cigarro e certo
olhar cansado com as pupilas
perdidas para dentro. Uma viajeira e uma
asceta de sobretudo preto, talvez
novos nomes para novos
modos de olhar, lavar roupa, ou se deter
apalpando o mundo, a estóica
mudança das estações na casa
que, você sabe, tem cortinas brancas.


LADY

Talvez porque apostamos nessas
questões eleitas mas também
nas duas ou três fatalidades e todo
o staff que nos suporta. Falo dessa a bolsinha
flamejante de polietileno, como protege
a menina ucraniana
quando atravessa na chuva
a avenida e arrasta
o carrinho de café. Certos assuntos: como
[esta mulher
chama de beleza
a um cachorro caolho.

*

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Página publicada em dezembro de 2023

 

 



 

 

 
 
 
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